Sou um fotógrafo em constante movimento que aprendeu a capturar o momento de forma instintiva. Utilizo minha câmera digital como uma câmera de filme, com poucos disparos e uma distância focal fixa. Tenho preferência por universos monocromáticos e subexposição. Recentemente, os drones abriram uma nova dimensão para mim.
Sou um homem em movimento, um fotógrafo que está sempre em movimento. Minha técnica é avançar, rolar continuamente, sem nunca olhar para trás, não importa para onde eu vá, de forma aleatória. No entanto, isso não impede que eu congele os quadros: minha relação com a realidade é primeiramente encenada, de forma instintiva, pela escolha da distância certa, do campo de visão, da velocidade do olhar e da exposição. A questão do ponto de vista é crucial para mim: escolher a distância adequada para definir claramente as relações espaciais entre os diferentes elementos, preparando um jogo de ordem formal.
Trabalho com uma câmera digital, sem usar tripé, para ganhar espontaneidade. No entanto, minhas fotografias exibem características do trabalho com câmeras, a ferramenta habitual dos paisagistas: geometria assertiva e composição equilibrada.
Ajusto a câmera no modo manual e utilizo poucos disparos, herança da minha experiência cinematográfica, para evitar a filmagem frenética exigida pela era digital e pelas redes de comunicação. Geralmente, a primeira imagem é a melhor.
Recentemente, adquiri uma lente digital de distância focal fixa, uma grande angular: uma máquina que me permite renovar minha abordagem fotográfica, experimentando mais ao me limitar, explorando o espaço como um ator para descobrir novos ângulos.
No meu desejo de concentrar a expressão visual em torno de uma única ideia, prefiro a fotografia colorida em vez do tradicional preto e branco. Trabalho com cores por seu poder criativo: a cor não se limita a si mesma, ela age. Deixe-se envolver pelas minhas impressões cromáticas. A cor está mais próxima da realidade sensorial e estimula melhor do que o preto e branco, apesar da dificuldade de transmitir ao olho uma quantidade de informação capaz de dispersar a atenção. Daí a ideia de trabalhar com um número limitado de planos monocromáticos para dramatizar e concentrar, revelar a dinâmica visual e deslocar o olhar. Dedico-me à fusão de universos monocromáticos, seguindo a tradição da abstração. Gosto de fazer a luz vibrar, experimentando tonalidades planas de cor, especialmente através de contrastes harmoniosos de cores vivas, em busca de equilíbrio com a pureza da linha. Registro meu trabalho com base em um princípio estético que muitas vezes envolve o uso apenas de linhas horizontais ou verticais, cores puras e um certo equilíbrio na composição.
O preto desempenha um papel fundamental no meu trabalho. Gosto de abrir minha paleta para explorar essa escuridão profunda. A subexposição me permite evitar o sentimentalismo.
Vista do campo do Urbanismo, a escrita fotográfica da paisagem passou recentemente por três períodos sucessivos. O primeiro período, datado das "Trente Glorieuses", destacava-se a visão de helicóptero. Na época, pensava-se no planejamento levando em consideração a altura, tanto literalmente quanto figurativamente. Observávamos a França de cima para apreciar melhor sua geografia. O segundo período, no início dos anos 80, marcou uma ruptura redentora com a criação da Missão Fotográfica DATAR. A paisagem contemporânea foi reinventada e representada através de fotografias "ao nível do homem"; a fotografia aérea era estritamente proibida. A terceira período, muito recente, testemunhou o surgimento e a generalização (embora com um significado muito importante) dos drones. Retornamos às alturas com o drone, para encontrar na paisagem uma poética da forma.
O drone me permitiu mudar meu ponto de vista, mostrando elementos de cima que não conseguiríamos ver no dia a dia ou ao nível do solo: ver o mundo de forma diferente, permitindo que cada um olhe novamente para o que acredita conhecer, afirmando que é o ponto de vista que molda nossas opiniões. Minhas fotografias não resultam mais apenas do reconhecimento de formas, mas da elaboração de um ponto de vista baseado na relação pessoal estabelecida entre mim e o território. Com o drone, as paisagens sobrevoadas oscilam entre o reconhecível e o abstrato, especialmente em mergulhos de 90° (visão de pássaro). As fotografias abstratas assim criadas oferecem uma perspectiva extraordinária, fazendo com que o observador perca toda referência. É exatamente isso que me atrai com o drone: oscilar entre a realidade e a abstração. Ao evitar deliberadamente o horizonte e fotografar na vertical, reforço a sensação de desorientação, criando fotos aéreas oníricas.